7.6.12

Meu e teu tempo


Nos sentidos do meu tempo
Vejo o presente demarcar - se de mim 
Renascerão duma alquimia física e pura
Desejo- me fruto provado dum gosto e aroma selvagem
Perdido no brilho da terra que me brota por ora
Esta semente que desmente quem é e quem sou 
Um trago de tela numa vela só para ti
Um sonho tocado por mundo a desbravar
A musa que me incita de lábios de mel
Cabelos em rede de linho e beijos na pele
Palavras nas notas melódicas, e eu ?
Eu assim domado pelo vislumbre teu
Encanto duma imagem vital,tão natural
Deserto incerto num vento celeste
Neste escaninho por onde me deixo rumar
O desvio que traço pelo ponto onde me faço
Entro agora numa casa de veludo
Onde me mudo
Pertinente querer que busco e me ofusco
Em ti me reinvento de uma casta amena
Minha alma não sendo pequena
Faz da minha vontade, ser maior que uma arena
Toco-te serena sem te possuir minha
Num rio que passou em sonho
Onde te ponho como mar de acolho
Nessas ondas de brisa sensual
Quero -te amar demasiado sem mal
Tu que despertas aventuras naturais
De beleza e sentimentos tais...fatais
Que nos mortais se abatem como pardais
Vou acordar nos teus braços de mulher e poema
Sem dilema, desejar-te cada vez mais
  
                                                                                                                        Anita de Castro