Uma eterna sonhadora
Renascida do povo de ontem
Que vivo há muito perdida no tempo
Sem apontar e me julgando capaz
Mas uma entidade simples
Humilde no meu jeito voraz
Nos meus olhos
Que aos molhos sou capaz
Trago a transparência do nome
Vincado e alocado no peito
Nas palavras em que me deito
Sou leito desse rio de encantar
Sou mar e luar
A namorar pelo brilho do olhar
Que ilumina os cantos
Nos recantos da tua boca a glória
Os cantos da tua memória
Fazem história este adoçar
Sou ligar onde as palavras
Trepam como sonhos a tua serra
Tem cheiro a terra
A momentos de melodia serena
Morena dos campos e das dunas
Mapear-te sem traços deste caminhar
Onde me permites na tua inocência acreditar
Prezo querer a vontade maior de mim
Em ti repouso uma ânsia
Que sem ganância te desejo para mim
E no teu olhar avisto
Um mundo que não possuo perdido
Aquela imensidão de sentido
Outrora querido e vislumbrado além
De sentidos onde porém
Neste vaivém alquímico de ninguém
Gostaria de me perder e viajar com eles
Anita de Castro